Prólogo:
A beleza dos livros e algo que qualquer amante da literatura constata é o
impacto que o livro tem no momento da nossa vida em que o estamos a ler. Isso
é, aliás, uma grande variável da experiência literária. Outro aspeto é a
transversalidade da nossa experiência humana, que podemos sentir de um livro de
qualquer escritor de qualquer canto do mundo, até onde nós estamos. Peru,
décadas passadas, Alvaiázere, Coimbra, Vila Real, todos nós podemo-nos unir
neste magnifico mundo dos livros. É neste contexto que a Ana volta a um blog,
com um artigo viciante e que nos deixa com vontade de ler mais textos dela! Sem
mais demoras, o artigo (Luís Araújo)
Se
há coisa que adoro são os livros, e após tantos anos sem entrar numa biblioteca
municipal, voltei a fazê-lo com alegria por saber que ali teria um sítio onde
sempre me sentiria acompanhada nesta nova etapa da vida. Assim, fiz o meu
cartão de leitora e requisitei três livros (ambiciosa, já que o prazo de
requisição é de duas semanas). Escusado será dizer que no prazo de duas semanas
nem o livro que logo iniciei consegui acabar, quanto mais abrir os outros dois.
Porém,
agora cheguei ao fim desse primeiro livro e é sobre ele que versará este
artigo.
Já
sabem, pelo título, que se trata de “Travessuras da Menina Má” de Mario Vargas
Llosa. Comecei por escolher o autor devido ao Nobel que conquistou em 2010 e,
de entre os títulos que a biblioteca oferecia, este foi o que mais me cativou.
Embora
tenha demorado a “entrar” no livro, uma vez lá dentro confesso que foi com
ansiedade que o acabei, sempre desejosa de saber mais dos encontros e
desencontros entre a menina má e o menino que considerei para lá de menino bom.
Tal como referi, demorei um pouco a deixar-me envolver pelo enredo, que começa
no verão de 1950, no Peru e acompanha o desenrolar da história não só peruana,
mas também mundial pelas décadas seguintes.
Este
livro cativou-me, mas ainda não decidi se adorei ou não, dado que o acabei há
poucos minutos. Retrata um amor assolapado, em que o protagonista está
apaixonado “como um bezerro”, como o próprio refere. Ricardo apaixona-se
intensamente e vive para esse amor, tudo fazendo por ele, mas será essa a forma
certa de viver um amor? Não será mais importante, e antes de qualquer outro
amor, o amor próprio? Ricardo deixa-se enlevar pela menina má, sucumbindo ao
pouco (ou tanto?) que ela lhe oferece, de um modo que a dada altura já me
irritava. Mas será sempre assim? Não tomará ele as rédeas da situação em algum
momento? Terão de ler para descobrir!
A
escrita de Llosa revela atenção aos detalhes e apesar de algumas palavras que
acrescentei ao meu léxico conseguimos compreender facilmente esta história algo
dramática.
Recomendo
a leitura, mas vão preparados para se enervarem!
Sem comentários:
Enviar um comentário