terça-feira, 20 de agosto de 2024

Travessuras da Menina Má (2006), Mário Vargas Llosa – Crítica (Ana Luísa Gonçalves)


 

Prólogo: A beleza dos livros e algo que qualquer amante da literatura constata é o impacto que o livro tem no momento da nossa vida em que o estamos a ler. Isso é, aliás, uma grande variável da experiência literária. Outro aspeto é a transversalidade da nossa experiência humana, que podemos sentir de um livro de qualquer escritor de qualquer canto do mundo, até onde nós estamos. Peru, décadas passadas, Alvaiázere, Coimbra, Vila Real, todos nós podemo-nos unir neste magnifico mundo dos livros. É neste contexto que a Ana volta a um blog, com um artigo viciante e que nos deixa com vontade de ler mais textos dela! Sem mais demoras, o artigo (Luís Araújo)

 

Se há coisa que adoro são os livros, e após tantos anos sem entrar numa biblioteca municipal, voltei a fazê-lo com alegria por saber que ali teria um sítio onde sempre me sentiria acompanhada nesta nova etapa da vida. Assim, fiz o meu cartão de leitora e requisitei três livros (ambiciosa, já que o prazo de requisição é de duas semanas). Escusado será dizer que no prazo de duas semanas nem o livro que logo iniciei consegui acabar, quanto mais abrir os outros dois.

Porém, agora cheguei ao fim desse primeiro livro e é sobre ele que versará este artigo.

Já sabem, pelo título, que se trata de “Travessuras da Menina Má” de Mario Vargas Llosa. Comecei por escolher o autor devido ao Nobel que conquistou em 2010 e, de entre os títulos que a biblioteca oferecia, este foi o que mais me cativou.

Embora tenha demorado a “entrar” no livro, uma vez lá dentro confesso que foi com ansiedade que o acabei, sempre desejosa de saber mais dos encontros e desencontros entre a menina má e o menino que considerei para lá de menino bom. Tal como referi, demorei um pouco a deixar-me envolver pelo enredo, que começa no verão de 1950, no Peru e acompanha o desenrolar da história não só peruana, mas também mundial pelas décadas seguintes.

Este livro cativou-me, mas ainda não decidi se adorei ou não, dado que o acabei há poucos minutos. Retrata um amor assolapado, em que o protagonista está apaixonado “como um bezerro”, como o próprio refere. Ricardo apaixona-se intensamente e vive para esse amor, tudo fazendo por ele, mas será essa a forma certa de viver um amor? Não será mais importante, e antes de qualquer outro amor, o amor próprio? Ricardo deixa-se enlevar pela menina má, sucumbindo ao pouco (ou tanto?) que ela lhe oferece, de um modo que a dada altura já me irritava. Mas será sempre assim? Não tomará ele as rédeas da situação em algum momento? Terão de ler para descobrir!

A escrita de Llosa revela atenção aos detalhes e apesar de algumas palavras que acrescentei ao meu léxico conseguimos compreender facilmente esta história algo dramática.

Recomendo a leitura, mas vão preparados para se enervarem!

 

 


Sem comentários:

Enviar um comentário