sexta-feira, 26 de outubro de 2018

República Democrática do Congo?


Uma das realidades mais marcantes e que mais influencia a minha personalidade e maneira de pensar é a da República Democrática do Congo. Provavelmente o assunto e o país dizem pouco, muito pouco, ou mesmo nada a muita gente, e o meu interesse no assunto provavelmente partiu disso. É assustador pensar que hoje esteja a acontecer algo tão terrível.

É inacreditável que um país tenha um passado tão catastrófico, um presente tão trágico e um futuro tão pouco promissor.
Sem o sabermos, a realidade do Congo é algo que diz respeito a todos nós.

É difícil pensar (e talvez muitas vezes fazemos o esforço de tentar esquecer ou mais longe de tentar esconder para nós mesmos) o porquê de tragédias destas existirem.

Não é fácil tornar acessível a todos uma história tão complexa.
Não é fácil chamar a atenção de um problema que é tão difícil.
Não é fácil apelar à comoção das pessoas quando algo não tem premissas simples e conclusões rápidas e fáceis.

Que se pode dizer de um país que desde 1990 teve três ditadores, um chefe de estado assassinado, duas guerras civis violentas (as mais mortíferas desde a segunda guerra mundial), e que ainda na sua larga maioria vive em clima de guerra? Que dizer de um país que veio de uma independência que o seu governo eleito durou 2 meses, o primeiro ministro foi assassinado, duas regiões tentaram separar-se e 5 anos depois um general organiza um golpe de estado que lhe dá o poder por 30 anos de um país com uma fortuna e riqueza mineral astronómica? Que se pode dizer de um país que tem mais de 70‰ das reservas mundiais de um minério chamado cobalto, que é decisivo para todos os aparelhos tecnológicos que usamos, de destacar os telemóveis e os computadores? Não é fácil.

Por isso tentarei, aqui no blog, tornar o assunto um pouco mais acessível para os interessados.

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